18 de fev. de 2010

DO ATEÍSMO A UM DOS MAIORES DEFENSORES DA FÉ EM CRISTO - C S LEWIS

C. S. Lewis: uma vez ateu, sempre ateu? Uma vez ateu, sempre ateu? No caso de Sigmund Freud, sim; no caso de C.S. Lewis, não. O famoso pai da psicanálise morreu ateu aos 83 anos e o famoso crítico literário de Oxford e Cambridge renunciou o ateísmo quase na metade de sua vida — 31 anos depois de seu nascimento (1898) e 34 anos antes de sua morte (1963). Os escritos de Freud levaram e ainda levam muita gente ao ateísmo, e os de C.S. Lewis levaram e ainda levam muita gente à fé. Ao contrário do médico vienense, o autor das Crônicas de Nárnia é considerado “o mais popular defensor da fé no século 20”. C.S. Lewis fora da creche Embora fosse neto de pastor e tenha sido criado na fé cristã pelos pais, C.S. Lewis enveredou-se progressivamente para o ateísmo já no início da adolescência. Além de esconder o que estava acontecendo para não assustar o pai, o menino fez de conta que era crente e até participou da classe de catecúmenos. Mais tarde, confessaria que “a covardia o levou à hipocrisia e a hipocrisia, à blasfêmia”. Uma das explicações para o ateísmo de Lewis é a mesma de muitos outros ateus: ele queria livrar-se da interferência de alguém, em particular, a interferência de Deus, o “Intruso”, ou o “Interventor Transcendental”. Lewis se abrigava em Freud para justificar o seu ateísmo e avançar cada vez mais em direção à não-existência de uma “Inteligência além do Universo”. Naquela época, conta Lewis, “a nova psicologia [de Freud] já estava nos penetrando a todos [e, embora não a engolíssemos por completo], fomos todos influenciados”. Ele aprendeu com o médico de Viena que a fé em Deus não passa da projeção de fortes desejos e necessidades internas. A idéia de um “super-homem idealizado dos céus” é algo infantil, e o “mundo não é uma creche”, dizia Freud. Outra pessoa que perturbou sobremaneira a vida de Lewis foi a superintendente do colégio interno em Malvern, a professora Cowie, uma espécie de mãe substituta (a mãe verdadeira de Lewis havia morrido de câncer quatro anos antes, quando ele tinha apenas 9 anos). Cowie não era uma mulher sem fé, mas “ainda não havia atingido a sua maturidade espiritual [e vivia] zanzando de um culto para outro, sobre os quais ela discutia com Lewis”. Ela o deixou confuso e “raspou fora as arestas pontiagudas” da fé que ele tinha. Já o querido professor William Kirkpatrick, mesmo sem impor seu ateísmo aos alunos, forneceu a Lewis argumento suficiente para ele defender sua postura contrária à religião. E, na universidade, como diz Armand Nicholi, autor de Deus em Questão (Editora Ultimato, 2005), “estudantes e professores escrutinam cada aspecto possível do universo — desde os bilhões de galáxias, até as partículas subatômicas, elétrons, quarks —, mas evitam rigorosamente examinar as suas próprias vidas”. C.S. Lewis de volta à creche No segundo trimestre de 1929, Freud estava com 73 anos e C.S. Lewis ainda não tinha completado 31. O pastor suíço Oskar Pfister, o melhor e mais perseverante amigo do psicanalista ateu, estava com 56 anos. Em carta datada de 26 de maio, Freud escreveu a Pfister que “a vida não é fácil em si e seu valor é duvidoso”.4 Freud estava, havia seis anos, com um doloroso câncer no palato, que dificultava a ingestão de alimentos, a respiração e a fala. Em abril, no domingo de Páscoa, Lewis admitiu que Deus era Deus, dobrou os seus joelhos diante do bendito “Interventor Transcendental” e orou. Ele mesmo conta: “Naquela noite, quem sabe, eu era o mais deprimido e relutante convertido de toda a Inglaterra”. Para Lewis, a fé não começa pelo conforto, mas pelo pavor. É preciso passar primeiro pelo pavor provocado pela santidade de Deus e pela convicção de pecado, para depois experimentar o conforto. No caso dele, como no caso do etíope encarregado de todos os tesouros de Candace, que lia Isaías 53.7-8; de Agostinho, que ouviu alguém recitar Romanos 13.13-14; e de Lutero, que leu Romanos 3.21-23, foi a leitura do Novo Testamento no original em grego que os levou à fé. Como se chama a experiência pela qual passou Lewis? Embora significativas e parcialmente esclarecedoras, as palavras “alteração”, “transição” e “mudança” são pobres para expressar tamanha transformação, interior, profunda, definitiva e também misteriosa. “Conversão” é a palavra mais apropriada e mais usada nas Escrituras Sagradas. Porém, na linguagem soteriológica, há uma expressão que define melhor o fenômeno da mudança. É aquela que Jesus dirigiu a Nicodemos: “Ninguém pode ver o Reino de Deus se não nascer de novo [ou de cima]” (Jo 3.3). Em novembro de 1898, Lewis nasceu da mãe e em abril de 1929, “nasceu de novo”, nasceu do Espírito. “Se alguém está em Cristo”, afirma Paulo, “é nova criatura” (2 Co 5.17). C.S. Lewis surpreendido pela alegria Do ateísmo, Lewis passou para o teísmo e do teísmo, para o cristianismo. No ateísmo, ele não acreditava em Deus algum. No teísmo, passou a acreditar num Ser Sobrenatural, numa Inteligência Superior, numa Autoridade Última, num Governador do Universo. No cristianismo, declarou haver “um Deus” e que “Jesus é o seu Filho Único”. Eu vejo e creio Dia após dia, noite após noite Sem som, sem voz, sem ruído No mais absoluto silêncio Os céus declaram a glória de Deus E o firmamento proclama As obras das suas mãos Então, eu ouço a sua voz E escuto as suas palavras Em todos os cantos da terra E em todo o espaço sideral Sem abrir os meus ouvidos E sem fechar os meus olhos! (Paráfrase dos quatro primeiros versos do Salmo 19) TUDO É POSSÍVEL A DEUS E SEUS CAMINHOS SÃO SEMPRE PARA O NOSSO BEM!

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