18 de mai. de 2010

O MESSIAS PROMETIDO - (G.C) - III Parte

Cristo viu em Jerusalém um símbolo do mundo endurecido na incredulidade e rebelião, e apressando-se ao encontro dos juízos retribuidores de Deus. As desgraças de uma raça decaída, oprimindo-Lhe a alma, arrancavam de Seus lábios aquele clamor extremamente amargurado. Viu a história do pecado traçada pelas misérias, lágrimas e sangue humanos; o coração moveu-se-Lhe de infinita compaixão pelos aflitos e sofredores da Terra; angustiava-Se por aliviar a todos. Contudo, mesmo a Sua mão não poderia demover a onda das desgraças humanas; poucos procurariam a única fonte de auxílio. Ele estava disposto a derramar a alma na morte, a fim de colocar a salvação ao seu alcance; poucos, porém, viriam a Ele para que pudessem ter vida. A Majestade dos Céus em pranto! O Filho do infinito Deus perturbado em espírito, curvado em angústia! Esta cena encheu de espanto o Céu inteiro. Revela-nos a imensa malignidade do pecado; mostra quão árdua tarefa é, mesmo para o poder infinito, salvar ao culpado das conseqüências da transgressão da lei de Deus. Jesus, olhando para a última geração, viu o mundo envolto em engano semelhante ao que causou a destruição de Jerusalém. O grande pecado dos judeus foi rejeitarem a Cristo; o grande pecado do mundo cristão seria rejeitarem a lei de Deus, fundamento de Seu governo no Céu e na Terra. Os preceitos de Jeová seriam desprezados e anulados. Milhões na servidão do pecado, escravos de Satanás, condenados a sofrer a segunda morte, recusar-se-iam a escutar as palavras de verdade no dia de sua visitação. Terrível cegueira! estranha presunção! Dois dias antes da Páscoa, quando Cristo pela última vez Se havia afastado do templo, depois de denunciar a hipocrisia dos príncipes judeus, novamente sai com os discípulos para o Monte das Oliveiras, e assenta-Se com eles no declive relvoso, sobranceiro à cidade. Mais uma vez contempla seus muros, torres e palácios. Mais uma vez se Lhe depara o templo em seu deslumbrante esplendor, qual diadema de beleza a coroar o monte sagrado. Mil anos antes, o salmista engrandecera o favor de Deus para com Israel fazendo da casa sagrada deste a Sua morada: "Em Salém está o Seu tabernáculo, e a Sua morada em Sião." Sal. 76:2. Ele "elegeu a tribo de Judá; o monte de Sião, que Ele amava. E edificou o Seu santuário como aos lugares elevados". Sal. 78:68 e 69. O primeiro templo fora erigido durante o período mais próspero da história de Israel. Grandes armazenamentos de tesouros para este fim haviam sido acumulados pelo rei Davi e a planta para a sua construção fora feita por inspiração divina (I Crôn. 28:12 e 19). Salomão, o mais sábio dos monarcas de Israel, completara a obra. Este templo foi o edifício mais magnificente que o mundo já viu. Contudo o Senhor declarou pelo profeta Ageu, relativamente ao segundo templo: "A glória desta última casa será maior do que a da primeira." "Farei tremer todas as nações, e virá o Desejado de todas as nações, e encherei esta casa de glória, diz o Senhor dos exércitos." Ageu 2:9 e 7. Depois da destruição do templo por Nabucodonosor, foi reconstruído aproximadamente quinhentos anos antes do nascimento de Cristo, por um povo que, de um longo cativeiro, voltara a um país devastado e quase deserto. Havia então entre eles homens idosos que tinham visto a glória do templo de Salomão e que choraram junto aos alicerces do novo edifício porque devesse ser tão inferior ao antecedente. O sentimento que prevalecia é vividamente descrito pelo profeta: "Quem há entre vós que, tendo ficado, viu esta casa na sua primeira glória? e como a vedes agora? não é esta como nada em vossos olhos, comparada com aquela?" Ageu 2:3; Esd. 3:12. Então foi feita a promessa de que a glória desta última casa seria maior do que a da anterior. Mas o segundo templo não igualou o primeiro em esplendor; tampouco foi consagrado pelos visíveis sinais da presença divina que o primeiro tivera. Não houve manifestação de poder sobrenatural para assinalar sua dedicação. Nenhuma nuvem de glória foi vista a encher o santuário recém-erigido. Nenhum fogo do Céu desceu para consumir o sacrifício sobre o altar. O "shekinah" não mais habitava entre os querubins no lugar santíssimo; a arca, o propiciatório, as tábuas do testemunho não mais deviam encontrar-se ali. Nenhuma voz ecoava do Céu para tornar conhecida ao sacerdote inquiridor a vontade de Jeová. Continua...

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