14 de jun. de 2011

ÁGUA DA VIDA

Os fariseus desprezavam a simplicidade de Jesus. Passavam-Lhe por alto os milagres, e pediam-Lhe um sinal de que era o Filho de Deus. Os samaritanos, porém, não pediram sinal, e Jesus não operou nenhum milagre entre eles, a não ser a revelação dos segredos da vida da mulher, junto ao poço. Entretanto, muitos O receberam. Em sua nova alegria, disseram à mulher: "Já não é pelo teu dito que nós cremos, porque nós mesmos O temos ouvido, e sabemos que este é verdadeiramente o Cristo, o Salvador do mundo." João 4:42. Os samaritanos criam que o Messias havia de vir como o Redentor não só dos judeus, mas do mundo. O Espírito Santo dEle predissera, por meio de Moisés, como um profeta enviado por Deus. Por intermédio de Jacó fora declarado que a Ele se congregariam os povos; e de Abraão, que nEle seriam benditas todas as nações da Terra. Nessas escrituras baseavam os samaritanos sua fé no Messias. O fato de haverem os judeus interpretado mal os últimos profetas, atribuindo ao primeiro advento a glória da segunda vinda de Cristo, levara os samaritanos a desprezar todos os sagrados escritos, com exceção dos que foram dados por meio de Moisés. Ao demolir, porém, o Salvador, essas falsas interpretações, muitos aceitaram as últimas profecias e as palavras do próprio Cristo com relação ao reino de Deus. Jesus começara a derribar a parede de separação entre os judeus e os gentios, e a pregar salvação a todo o mundo. Conquanto judeu, misturava-Se sem restrições com os samaritanos, anulando os costumes farisaicos de Sua nação. Apesar de seus preconceitos, aceitou a hospitalidade desse povo desprezado. Dormiu sob seu teto, comeu com eles à mesa - partilhando do alimento preparado e servido por suas mãos - ensinou em suas ruas, e tratou-os com a máxima bondade e cortesia. No templo de Jerusalém havia apenas uma baixa parede divisória entre o pátio exterior e as outras dependências do sagrado edifício. Viam-se nessa parede inscrições em diferentes línguas, declarando que ninguém, a não ser os judeus, podia ultrapassar esses limites. Houvesse um gentio ousado penetrar no interior, teria profanado o templo, e o pagaria com a vida. Mas Jesus, o originador do templo e de seu serviço, atraía a Si os gentios pelo laço da simpatia humana, ao passo que Sua divina graça lhes trazia a salvação que os judeus rejeitavam. O Salvador continua ainda a fazer a mesma obra que realizou quando ofereceu água da vida à mulher de Samaria. Os que se chamam Seus seguidores, podem desprezar e evitar os párias da sociedade; circunstância alguma de nascimento ou nacionalidade, porém, nenhuma condição de vida, pode desviar Seu amor dos filhos dos homens. A toda alma, embora pecadora, Jesus diz: Se Me pedisses, Eu te daria água viva.

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