29 de jun. de 2011

ESPÍRITOS ENGANADORES

A doutrina da consciência do homem na morte, especialmente a crença de que os espíritos dos mortos voltam para ministrar aos vivos, abriu caminho para o moderno espiritismo. Se os mortos são admitidos à presença de Deus e dos santos anjos e se são favorecidos com conhecimentos que superam em muito o que antes possuíam, por que não voltariam eles à Terra para iluminar e instruir os vivos? Se conforme é ensinado pelos teólogos populares, os espíritos dos mortos estão a pairar sobre seus amigos na Terra, por que não lhes seria permitido comunicar-se com eles, a fim de os advertir contra o mal, ou consolá-los na tristeza? Como podem os que crêem no estado consciente dos mortos rejeitar o que lhes vem como luz divina transmitida por espíritos glorificados? Eis aí um meio de comunicação considerado sagrado, e de que Satanás se vale para realizar seus propósitos. Os anjos decaídos que executam suas ordens, aparecem como mensageiros do mundo dos espíritos. Ao mesmo tempo em que professam trazer os vivos em comunicação com os mortos, o príncipe do mal sobre eles exerce sua influência fascinante. Ele tem poder para fazer surgir perante os homens a aparência de seus amigos falecidos. A contrafação é perfeita; a expressão familiar, as palavras, o tom da voz, são reproduzidos com maravilhosa exatidão. Muitos são consolados com a afirmativa de que seus queridos estão gozando a ventura celestial; e, sem suspeita de perigo, dão ouvidos a "espíritos enganadores, e doutrinas de demônios".Induzindo-os Satanás a crer que os mortos efetivamente voltam para comunicar-se com eles, faz o maligno com que apareçam os que baixaram ao túmulo sem estarem preparados. Pretendem estar felizes no Céu, e mesmo ocupar ali elevadas posições; e assim é largamente ensinado o erro de que nenhuma diferença se faz entre justos e ímpios. Os pretensos visitantes do mundo dos espíritos algumas vezes proferem avisos e advertências que se demonstram corretos. Então, estando ganha a confiança, apresentam doutrinas que solapam diretamente a fé nas Escrituras. Com a aparência de profundo interesse no bem-estar de seus amigos na Terra, insinuam os mais perigosos erros. O fato de declararem algumas verdades e poderem por vezes predizer acontecimentos futuros, dá às suas declarações uma aparência de crédito; e seus falsos ensinos são tão de pronto aceitos pelas multidões, e tão implicitamente cridos, como se fossem as mais sagradas verdades da Bíblia. A lei de Deus é posta de parte, desprezado o Espírito da graça, o sangue do concerto tido em conta de coisa profana. Os espíritos negam a divindade de Cristo, colocando o próprio Criador no mesmo nível em que estão. Assim, sob novo disfarce, o grande rebelde ainda prossegue com sua luta contra Deus - luta iniciada no Céu, e durante quase seis mil anos continuada na Terra.

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