20 de mai. de 2010

GRITOS DO SILÊNCIO

Cada vez mais se torna mais notória a idéia de que a correria do dia a dia é a característica mais acentuada da condição do homem atual.Procurar entendê-la é um modo racional de se perceber os tempos em que vivemos.É bem provável que o drama do homem moderno consista em não saber que tem uma vida interior.Nesse início de século temos observado que o homem, esse desconhecido, tem uma profunda dificuldade de ficar em silêncio para poder ouvir seu próprio coração. Aliado à isso, existe o profundo desconhecimento um do outro. Somos tão egocêntricos e egoístas que nos incapacitamos para ouvir os outros. Julgamo-nos auto suficientes e não precisamos dos outros... Para estabelecermos um relacionamento significativo e verdadeiro com o outro e consigo mesmo, é imperioso aprender a ouvir e para ouvir será preciso silenciar. Só o silêncio me permite sentir o outro e entender um pouco do que ele pensa e percebe.Ouvir é resultado de uma opção consciente por parte de quem deseja compreender o que se passa com o próximo, de modo solidário e sem preconceitos, visando uma resolução madura de conflitos ou um entendimento autêntico da situação.O ficar em silêncio também é uma terapêutica que compreende ouvir a si mesmo. Envolve humildade, se despir da própria armadura da acusação e compreender o que se esconde por detrás do obvio.Essa experiência, se bem vivida, nos devolverá o gosto e respeito pela vida, fazendo-nos sentir mais próximos de nós mesmos e dos outros e mais conscientes de nossos objetivos e sonhos. Nessa experimentação perdemos as esperanças fáceis de mágicas mudanças.E essa desilusão benéfica produz um futuro não ilusório, quimérico, incerto, mas um futuro que nos dá a certeza de uma maior e melhor convivência conosco e com o próximo!

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