22 de jul. de 2011

A LONGEVIDADE E O HÁBITO DE COMER CARNE...

Diante do relato bíblico que estabelece o vegetarianismo como sendo de origem divina, muitos desejam saber quando foi, portanto, que o homem passou a tirar a vida dos animais e alimentar-se de sua carne. Respondendo a pergunta do ponto de vista da Bíblia Sagrada, mais precisamente do livro de Gênesis, podemos afirmar, com absoluta segurança, que esse fato lamentável ocorreu somente após a queda do homem e como resultado direto das terríveis consequências que o pecado acarretou sobre os seres humanos e o planeta como um todo. Desta forma, biblicamente falando, os homens passaram a matar os animais e comer sua carne, não porque Deus houvesse dado permissão para tal, mas em virtude da natureza pecaminosa que herdaram após a queda. Entretanto, nem todos condescenderam com o regime cárneo, pois uma minoria permaneceu fiel ao vegetarianismo. Entre os que aderiram ao regime cárneo, todavia, o mal cresceu e tomou grandes proporções. Agigantou-se, de forma tão ameaçadora, que Deus, não suportando mais tanta violência e maldade, destruiu o mundo de então com as águas do grande dilúvio descrito na Bíblia Sagrada. Com exceção de oito pessoas apenas, bem como dos animais que foram preservados na arca, todos os demais habitantes do planeta pereceram. Moisés explicou, nos seguintes termos, a decisão divina pela destruição daquela civilização: “... o Senhor viu que a maldade do homem se multiplicara sobre a terra e que toda a imaginação dos pensamentos de seu coração era só má continuamente.” (Gênesis 6:5). Escrevendo sobre o tema, a escritora americana Ellen White assim se expressou: “Os habitantes do Velho Mundo eram intemperantes no comer e beber. Queriam ter alimento cárneo, embora Deus não lhes houvesse dado permissão de comer alimento animal. Comiam e bebiam em excesso, e seus apetites depravados não conheciam limites. Entregaram-se a abominável idolatria. Tornaram-se violentos e ferozes, e tão corruptos que Deus não os pôde suportar por mais tempo. Encheu-se o cálice de sua iniquidade, e Deus purificou a Terra da poluição moral por meio do dilúvio.” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, página 373 e 374. Assim, ao compreendermos a visão bíblica a respeito da origem do hábito de comer carne, somos levados à conclusão de que essa prática alimentar contribuiu tão decisivamene com a maldade do mundo antediluviano, da mesma forma que está contribuindo hoje, pois é claramente perceptível que aumenta a violência no mundo na mesma medida em que cresce o consumo de carne e a violência contra os animais. O consumo de carne teve seu início, como vimos anteriormente, logo após a queda do homem e em consequência da natureza pecaminosa que se apoderou do gênero humano. Entretanto, verificamos, pela Bíblia Sagrada, que houve um momento, uma ocasião específica, em que o homem recebeu permissão divina para o uso de alimentos cárneos, ainda que sob algumas condições, tais como a proibição de comer sangue e certas espécies de animais, a exemplo do porco. Ora, considerando que o propósito de Deus em relação à alimentação humana nunca mudou, pois Deus não muda nunca (Malaquias 3:6), por que motivo, então, haveria o Senhor concedido permissão para o uso de alimentos cárneos? Mais uma vez responderemos em conformidade com o pensamento exposto na Bíblia, pois estamos analisando o vegetarianismo do ponto de vista religioso. Pois bem, a explicação para essa permissão deriva do fato de que, naquele tempo, segundo consta na Bíblia, os seres humanos eram dotados de uma natureza física tão extraordinária e singular que lhes permitia viver na terra por centenas de anos. Isso mesmo! Segundo o texto bíblico, aqueles homens antediluvianos alcançavam ditosa velhice, vivendo, conforme consta nos capítulos iniciais de Gênesis, por quase mil anos. Só para citar alguns exemplos, basta mencionar que Adão, o primeiro homem descrito na Bíblia, viveu por longos 930 anos (Gênesis 5:5). O mesmo fenômeno ocorreu em relação a seu filho, Sete, o qual viveu incríveis 912 anos (Gênesis 5:8). Matusalém, filho de Enoque, viveu extraordinários 969 anos (Gênesis 5:27). Noé, aquele que, segundo a Bíblia Sagrada, foi salvo das águas do dilúvio, alcançou impressionantes 950 anos (Gênesis 9:29). E assim se deu em relação a outros personagens que a Bíblia descreve nas primeiras páginas de Gênesis e, por dedução lógica, imaginamos que o mesmo tenha ocorrido também no que se refere aos outros habitantes do mundo antediluviano e que não são citados na Bíblia. Entretanto, que relação havia entre a longevidade do homem antediluviano e a permissão para o consumo de alimentos cárneos? Permitamos que Ellen White responda em conformidade com o entendimento que obteve sobre a questão: “Depois do dilúvio o povo comeu à vontade do alimento animal. Deus viu que os caminhos do homem eram corruptos, e que o mesmo estava disposto a exaltar-se orgulhosamente contra seu Criador, seguindo as inclinações de seu coração. E permitiu Ele que aquela raça de gente longeva comesse alimento animal, a fim de abreviar sua vida pecaminosa. Logo após o dilúvio o gênero humano começou a decrescer rapidamente em tamanho, e na extensão dos anos.” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, página 373. Uma outra razão, sendo esta de natureza secundária, pela qual Deus teria permitido o uso de alimentos cárneos, se deu em razão da destruição da vegetação pelas águas do dilúvio. Neste sentido, assim se expressou Ellen White: “O regime indicado ao homem no princípio, não compreendia alimento animal. Não foi senão depois do dilúvio, quando tudo quanto era verde na Terra havia sido destruído, que o homem recebeu permissão para comer carne.” Conselhos Sobre o Regime Alimentar, página 374. Escrevendo a respeito do mesmo tema, ou seja, daquela permissão dada para o uso de alimentos cárneos, o Reverendo Andrew Linzey argumenta que essa permissão se deu unicamente em caráter temporário e como uma espécie de concessão divina à pecaminosidade do homem, a exemplo do que ocorreu em relação ao divórcio. Vejamos o que disse o Reverendo: “Gênesis 9, o texto frequentemente citado como justificativa para comer animais, é reconhecido pela maioria dos teólogos como uma concessão muito temporária pós-dilúvio (pois todo alimento vegetariano tinha sido destruído) ou como uma concessão à pecaminosidade humana (Gênesis 9 também é usado para justificar escravidão). São Jerônimo escreve: "Quanto ao argumento de que na segunda benção de Deus (Gen9:3) é dada permissão para comer carne - uma permissão que não é dada na primeira benção (Gen1:29) - saibam que assim como a permissão de se desvencilhar de uma esposa não foi, conforme as palavras do Salvador, dada desde o início, mas foi concedida à raça humana por Moisés devido à dureza de nossos corações (Mt 19), assim da mesma maneira comer carne era desconhecido antes do Dilúvio..." (Transcrito da página: http://www.beatrizfagundes.com.br > Corpo Mente e Espírito > Jesus Era Vegetariano, em 30/04/2011). Compreendemos, portanto, segundo a Bíblia Sagrada, alguns dos motivos pelos quais o uso de carne foi tolerado por Deus. Entretanto, de todos os motivos aqui relacionados, causa-nos profunda e indelével impressão aquele segundo o qual o consumo de carne teria sido permitido com a finalidade precípua de abreviar a vida do homem sobre a terra! De fato, ao examinarmos os capítulos de Gênesis posteriores àquele que narra o dilúvio, constatamos, sem maiores dificuldades, que a vida humana foi diminuindo pouco a pouco até chegar aos atuais 70 ou 80 anos, pois, como disse o salmista, “Os dias da nossa vida sobem a setenta anos ou, em havendo vigor, a oitenta; neste caso, o melhor deles é canseira e enfado, porque tudo passa rapidamente e nós voamos.” Salmo 90:10.

2 comentários:

Claudino Sales disse...

E no dia seguinte, indo eles seu caminho, e estando já perto da cidade, subiu Pedro ao terraço para orar, quase à hora sexta.
E tendo fome, quis comer; e, enquanto lho preparavam, sobreveio-lhe um arrebatamento de sentidos,
E viu o céu aberto, e que descia um vaso, como se fosse um grande lençol atado pelas quatro pontas, e vindo para a terra.
No qual havia de todos os animais quadrúpedes e répteis da terra, e aves do céu.
E foi-lhe dirigida uma voz: Levanta-te, Pedro, mata e come.
Mas Pedro disse: De modo nenhum, Senhor, porque nunca comi coisa alguma comum e imunda.
E segunda vez lhe disse a voz: Não faças tu comum ao que Deus purificou.
Atos 10:9-15

Celina disse...

Prezado,
Quando um texto é retirado do contexto,então tem-se um pretexto. É o que acontece neste verso.
Quando Pedro teve a visão do lençol,foi quando ele recusava-se a ir pregar para os gentios, ou melhor, ele achava que SÓ os Judeus mereciam ouvir a pregação do Evangelho. Por isso,após ter tido a visão, o próprio Pedro comenta a mesma,,EXPLICANDO A VISÃO,após ter ido a casa de Cornélio, o centurião romano,que era um homem sincero e temente a Deus. A visão do lençol com animais puros e impuros nada mais foi do que uma alegoria, onde Deus usou aquela visão referindo-se não à alimentação,mas a ACEPÇÃO E PRECONCEITO CONTRA AS PESSOAS QUE NÃO ERAM DA MESMA CRENÇA...Queria que Pedro fosse PREGAR O EVANGELHO,MISTURAR-SE AOS GENTIOS QUE TAMBÉM TINHAM O MESMO DIREITO...
A visão não se referia a alimentação,pois Pedro questionou que não poderia comer carnes imundas...mas sim a pregação do Evangelho,ensinando que Pedro deveria ir a todos os gentios, misturando-se e quebrando o preconceito tão arraigado em Pedro. Leia todo o capítulo e o contexto em que foi escrito a passagem.Você entenderá.Deus te abençoe!