16 de jul. de 2011

PRIMAVERA COM CRISTO

Doce é o cheiro de primavera: o longo e triste inverno ajuda a apreciar esta vinda de calor genuíno, a sua promessa de verão também enaltece o seu poder de nos poder agradar. Após longos períodos depreciativos e deprimentes de espírito, torna-se agradável encararmos este Sol de toda a Justiça. Logo de seguida, as múltiplas graças vão-se erguendo como as doces papoulas e malmequeres que se abrem das suas noites de sono profundo. Assim, os nossos corações tornam-se alegres e festivos, pelo aparecer destas deliciosas notas de profunda gratidão, muito mais melódicas do que todo cantar dos pássaros belos e também por aquela paz duradoura que sempre conforta, muito mais brilhante do que as notas de uma pombinha – tais serão as notas discernidas dentro do nosso espírito primaveril. Agora é que se fez o tempo de uma alma buscar aquela intimidade com o seu Amado. Agora poderá a alma elevar-se de toda a sua natividade sórdida e melancólica, afastando-se das suas velhas companhias. Quando não erguemos a nossa vela em tempos favoráveis de ventos prometedores, seremos oportunamente inculpados de tal conduta negligente e promiscuamente leviana, pois os tempos de temperança deveriam passar por nós sem que nunca tivessem como vir a ser impedidos. Quando o Senhor Jesus nos visita em terno carinho e nos comanda a erguer-nos da nossa própria sonolência profunda, como escaparemos impunes se rejeitarmos tais tempos de benesse? Ele próprio Se ergueu daquela morte, para assim nos atrair a Ele mesmo: agora, Ele vive em nós pelo Seu Espírito Santíssimo, para nos fazer reviver das nossas cinzas, em total novidade de vida, para nos levar ao mais profundo dos Céus da comunhão com Ele. Que baste termos estado frios e indiferentes durante os nossos tempos de inverno profundo e amedrontador. Quando é o Senhor quem cria em nós uma fonte de águas vivas, que a nossa suculenta virtude seja espontânea e cheia de vigor e altamente resoluta. Oh Esplêndido e Cândido Senhor, se não houver primavera brilhando ainda no meu coração gelado, peço-Te que o faças degelar, pois estou inteiramente cansado de viver continuamente distante de Ti. Oh, que longo e triste este meu inverno! Quando lhe darás fim? Vem espírito Santo, renova toda a minha alma. Refaz-me por dentro, restaura-me por completo e tem misericórdia de mim. Este direito o imploro de Ti, para que cuides de Teu servo enviando-lhe um oportuno e contínuo avivamento espiritual.(Spurgeon).

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